Pais cristãos costumam encorajar seus filhos e filhas a buscar um companheiro de vida nas atividades da igreja. Eles também encorajam os jovens a conhecerem a igreja mundial através de experiências internacionais. Às vezes essas situaçães se coincidem.
Os estudantes de teologia Benni e Rianna Isaak-Krauss vão comemorar o aniversário de um ano de casamento nesse verão, três anos depois da Cúpula Mundial da Juventude (GYS) e da Assembleia do Congresso Mundial Menonita, onde eles se conheceram.
Ação radical de Deus
“Eu tive um pressentimento que seria uma experiência muito legal”, diz a canadense-estadunidense Rianna Isaak. Entretanto, como diretora de um acampamento de verão, comparecer a uma conferência no meio do mês de Julho parecia impossível.
“Conseguir duas semanas de folga do trabalho foi uma parte fundamental da ação de Deus”, disse Rianna.
De maneira providencial, ela acabou recebendo licença de mais ou menos um mês para ir à Conferência. Ela preencheu a vaga na Delegação dos Irmão Menonitas do Canadá e rapidamente conseguiu reunir uma pesquisa sobre os jovens da sua igreja nacional.
Experiência transformadora da igreja
O alemão Benni Krauss, selecionado dois anos antes para representar sua igreja nacional, fez parte da organização para a participação de mais de 12 pessoas da Alemanha e da Suíça na GYS. Era a segunda vez que ele participava na GYS. Ele passou meio ano no Paraguai estudando, aprendendo espanhol e conhecendo o contexto para entender aspectos mundiais e locais da Assembleia Mundial em Assunção em 2009.
“O tempo que passei no Paraguai foi uma experiência transformadora”, conta.
Com seu companheiro de liderança do evento em 2015, Benni planejou um extenso programa para seu grupo que tinha como objetivo “contextualizar a experiência” para jovens de língua alemã. Antes do evento do CMM, eles passaram um período extra nos Estados Unidos para aprender sobre os desafios que ameaçam dividir a Igreja Menonita nos Estados Unidos, quebrando a proximidade dos jovens. Visitaram também igrejas liberais e conservadoras.
Benni recomenda que interessados no evento comecem a se planejar com um bom tempo de antecedência “Reserve tempo para construir relacionamentos”.
Os delegados tomam responsabilidades
O papel do delegado na GYS não está bem definido, explica Benni, mas a maioria assumiu a responsabilidade à sua maneira. “Isso faz com que as pessoas avancem na liderança e se conscientizem do alcance da igreja”, disse ele.
Rianna diz que, por ser jovem, ter sido eleita como delegada foi como receber uma mensagem da igreja: “Precisamos de você; você é importante”.
“Eu me senti valorizado como líder ao poder colaborar e não apenas receber”, disse Benni.
No intervalo entre as Assembléias, apurou-se que os delegados norte americanos da GYS de 2015 cursavam graduação e pós-graduação em teologia (incluindo Rianna no seminário Anabaptist Mennonite Biblical Seminary, Elkhart, Indiana,EUA), ou serviam a igreja como pastores ou participantes do comitê do YAB (Jovens Anabatistas).
Na GYS, sentimos como se estivessemos em um acampamento de jovens, diz Benni. “É divertido, é participativo … [mas] os delegados também estão conscientes da importância de considerar as diferenças”
Por exemplo, um delegado da América Latina se aproximou da Rianna para discutir perspectivas de sexualidade. A conversa respeitosa que eles tiveram criou “um espaço interessante para curiosidade e respeito”, disse Rianna. “Também pudemos compartilhar essas conversas com nossos grupos continentais: Para mim foi uma experiência de humildade e aprendizagem”.
A GYS e a Assembléia são, é claro, reuniães da igreja mundial. “Há um profundo amor pela igreja, não simplesmente pelos meus próprios projetos mesmo que eles funcionem bem”, explica Benni. Os participantes percebem que “a igreja mundial não é apenas um sonho”.
Benni saiu com ricas experiências e mais perguntas. “Como, tendo consciência da nossa diversidade, podemos construir relacionamentos?”
Impacto pessoal
Particulamente, Benni e Rianna formaram seu próprio relacionamento apesar da diversidade de suas origens. A centelha de interesse que se acendeu na Assembleia entre esses dois anabatistas inconformados, durante o ano seguinte foi transformada em chamas de amor. Depois da Assembleia, Benni visitou Rianna e sua comunidade no Canadá; Rianna, por sua vez, mudou-se para a comunidade dos pais de Benni na Alemanha por vários meses. Isso permitiu que eles colocassem em prática outra lição aprendida na Assembléia: aprender uma nova língua.
“Conhecer apenas um idioma pode deixar você de fora”, diz Rianna, reconhecendo que a falta de compreensão de qualquer outra língua além do inglês a excluía de algumas conversas, mesmo sabendo que falar inglês a coloca em uma posição de privilégio em relação a outros e outras.
Podemos dizer que todos que participaram na GYS têm duas coisas em comum, diz Benni: Eles compartilham uma identidade anabatista mas também possuem suas identidades únicas e pessoais que variam de acordo com seus contextos. E a partir disso, você pode cultivar amizades, mentoria e talvez até um pouco de romance.
“Isso é a sua parte. A partir daí, você tem que depender do Espírito Santo”, diz Benni.
—Uma publicação do Congresso Mundial Menonita escrita por Karla Braun